Ukiemana em Tominho

cartaz minho reggaeHoje temos um encontro marcado no Minho Reggae, em Tominho. Todos os naty-dreads podem ir por lá e abanar a cabeça.
A minha história com o reggae começa na adolescência, mas não como um ato de rebeldia ou contestação, foi por acaso. Ainda recordo esses primeiros arrepios de emoção quando em adolescente ouvi os Kussondulola no Xabarín Club. Era reggae e era reggae na minha língua. Uma coisa muito parecida acontece anos depois com Ukiemana. Falam de Jah, do leão, das tribos…e consigo perceber.
A banda conta com 10 anos de estrada, tendo nascido na primavera de 2002 na cidade de São Lourenço, Serra da Mantiqueira. Desde então partilhou os mesmos palcos com bandas de renome nacional e internacional.
Ukiemana faz Roots Reggae mineiro. Nos últimos tempos têm-se reafirmado no cenário brasileiro de maneira independente, através de fãs espalhados por todo o país.
Nas suas músicas, tal como no reggae acontece, há uma mensagem de paz e esperança que é transmitida em letras profundas e num ritmo pulsante e forte. Aborda temas como o amor, a positividade e a espiritualidade, no roots do reggae jamaicano, unificado na ancestralidade da sagrada música.
Ukiemana vai fazer com que o pessoal dance hoje na praia fluvial de Goiám, em Tominho.
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Tá-se, tá-se, tá-se “mui” bem

Recordo à perfeição o dia em que o soube.
Era o ano 1996 e entre sandes de Nutella e apontamentos de Ciências Naturais descobri-o. Foi uma tarde qualquer, como todas as outras tardes à saída das aulas na escola secundária. Seguia o meu ritual de fazer os trabalhos para casa enquanto via na TVG o Xabarín Club e assim, de roldão, começou a soar reggae. Nunca mais esqueci aquela música.

Pouco tempo depois recebi como prenda o CD de “A cantar con Xabarín” e após alguns anos, na Fnac do Chiado de Lisboa, comprei o compilatório daquela banda: Kussondulola. Conto isto muito literariamente, quase de um jeito épico, porque o dia da sandes de Nutella soube que a nossa língua era mundial. E “tava-se bem, muita bem” fazendo parte de um mundo grande.

Para quem não souber, estes meus ídolos (ganhadores de um prémio Blitz) residem em Portugal, mas a banda é angolana. Janelo da Costa é o líder que na década de 90 pôs Portugal a pular com canções e ritmos novos. Entre portugueses e africanos vindos dos Países Africanos de Língua Portuguesa, não há quem não conheça Kussondulola. Eles falam de histórias de um país longínquo, histórias de “kotas“, de guerras civis, de Jah e de cannabis.
Janelo da Costa e o grupo estarão este fim de semana no Festival a Rebusca. Decorem: amanhã pelas 23.00 em Maceda de Trives. Lá poderão ouvir grandes temas como Perigosa, Tá-se bem, Amor é bué, Guerrilheiro…

Rabadabadabadabadá!