Sempre Zeca na Ilha

O festival O mar numa flor não é sol de pouca dura, devagar devagarinho sagrou-se como um dos eventos lusopatas do verão na Ilha de Arouça.

Neste ano o espaço na programação para conteúdos lusófonos é bem maior dado que amanhã há uma homenagem ao Zeca com vários artistas da nossa comunidade linguística. Então, se derem um saltinho até ao Auditório às 21h, poderão lá ver o António Zambujo, Uxia, Carlos Blanco, Budiño, Couple Coffee, Sérgio Tannus, Quiné e João Gentil.

Como grande parte dos nomes em negrito são já habituais entre as nossas linhas, vou hoje apresentar o Quiné e o João Gentil porque estreio tag para eles.

Joaquim Manuel Ferreira Teles aka Quiné é um baterista e percussionista português. Talvez com o dado de ele ter feito parte de Brigada Víctor Jara o conheçam melhor. Tem colaborado numa data de projetos musicais que o levaram a conhecer muitos países e a atingir fama internacional. Atualmente dirige o projeto eletroacústico Da Côr da Madeira.

O João Gentil é de Cantanhede, mas muito cedo emigrou com os pais à Suiça, onde logo se sentiu magnetizado pelo poder da música. Lá em Lausanne integrou a ORCADE e no seu regresso a Portugal, com 11 anos, frequentou o Conservatório de Música e andou em ranchos folclóricos. Terminou por ser professor de acordeão e a sua carreira hoje tem um percurso internacional.

Ele identifica-se como acordeonista e músico, mas não se considera um virtuoso ou um homem de concursos e grandes exibições. Pode-se dizer que vive a música como lhe vai na alma.

Amanhã, vozes de cá e de lá para homenagear o nosso Zeca. Não percam!

Advertisement

António Zambujo na Ilha

Por enquanto ainda não tínhamos escrito nada da Ilha e não é por ela não ter festivais: O Festival do Norte e O Mar numa flor estão sedeados nesta pérola da ria. Já agora, permitam-me questionar o nome de Festival do Norte, Norte? é o Norte da Galiza a Ilha de Arouça? Enfim…falemos do Mar numa flor.
O Mar numa flor é um festival que decorre nos últimos dias de julho e fusiona arte, música e natureza. É desses eventos ainda jovens, porque a primeira edição data de 2015.
A Ilha de Arouça pode ser um lugar de referência de intercâmbio cultural no Atlântico e nesse sentido a capitã Uxía Senlle está à frente deste navio, que parece ser um irmão pequeno do Cantos Na Maré, tanto no espírito quanto na contratação de artistas.

Há pouco alguém criticava no fio do meu Facebook a contratação dos The Gift por parte da Câmara Municipal de Compostela. Por uma parte estava a questão (para algumas pessoas incómoda) de eles cantarem em inglês, por outra a pouca empatia da banda quanto à identidade da Galiza. Pronto, eu gosto muito da banda e não vou pedir a pessoas de fora que tenham mais compromisso do que nós próprios. Não acho justo. Também gostaria de sublinhar (mais uma vez) que na Galiza temos uma ideia muito reduzida (e até folclorizante) da música portuguesa atual.

Com isto quero dizer que gosto da existência de novos eventos que abram caminhos e ajudem a criar sinergias, mas esses novos eventos têm de trazer também novas vozes.

Qual é a proposta do Lusopatia? chegamos tarde para falar de Falua, mas ainda vamos a tempo de confirmar a presença do António Zambujo às 21h este sábado dia 29.

Lá vai um dos seus últimos clipes.

Serushio em tour na Galiza

29985997373_0ab3a04ee4_b

Se pensarmos no nome desta banda, vem logo um ar japonês às nossas mentes. Serushio é como se pronuncia Sérgio no Japão.

O guitarrista portuense Sérgio Silva estudou durante cinco anos na Berklee College of Music, de Boston, uma escola superior de música de fama internacional. Quando volta ao Porto, começa a traçar as primeiras linhas musicais do projeto Serushio junto com o bluesman José Vieira.

Serushio é uma banda de blues do delta do Mississippi mas com influência do rock britânico. Espalharam o seu som por festivais em Toronto e também foram profetas na sua terra, tocando em Paredes de Coura e no Avante!.

Muito em breve estarão na Galiza graças ao projeto Outonalidades, que é uma rede de concertos de música ao vivo que decorrem nos meses do outono e que por vezes atravessam as fronteiras do país luso.

Podem vê-los no Barco, na Ilha e em Melide. Um barco e uma ilha juntos no mesmo tour…que odisseia!

Kátya Teixeira em digressão

imagesKátya Teixeira é uma compositora, instrumentista e pesquisadora da tradição brasileira. Há pessoas que só têm um dom e a Kátya tem mais do que um, porque além de ter todas estas virtudes, ela possui uma voz muito especial.

A cantora brasileira vai fazer uma pequena digressão de concertos na Galiza. Começa amanhã na taberna do Couto Mixto em Compostela às 22h, continua na sexta na Ilha de Arouça às 21h e termina em Vilar de Santos no mercado de artesanato local às 18h no domingo.

Deixo-vos com a voz dela…